O Museu Indígena Kanindé localizado na aldeia sítio Fernandes em Aratuba foi aprovado nesta segunda feira 10 de fevereiro de 2020 para certificação como Ponto de Cultura do estado do Ceará. O Museu Kanindé foi criado em 1995 pela iniciativa do mestre da Cultura indígena do povo Kanindé mestre Cacique Sotero. O MK é um espaço de difusão do patrimônio e da Memória a serviço do desenvolvimento local por meio de atividades que envolve a museologia indígena e a educação escolar indígena diferenciada.
Museu Indígena Kanindé: fórum de produção de conhecimentos e ancestralidade indígena.
“O museu indígena é um potencial vetor para dar visibilidade as diferenças culturais e terreno fértil para as lutas provindas do processo de construção social da memória. A atuação de sujeitos outrora marginalizados e as potencialidades de reescrita da história tornam o museu indígena um lugar privilegiado no conjunto das lutas provindas da organização dos povos indígenas contemporâneos” (GOMES E VIEIRA NETO, 2009, p 32).
O Museu dos Kanindé foi formado a partir da grande paixão do Cacique Sotero em guardar e colecionar objetos que fizessem referência aos seus antepassados, seus costumes e modos de vida. O processo de formação do acervo se inicia ainda na década de 1990, portanto, concomitantemente ao processo de afirmação étnica dos Kanindé (1995). É anterior a criação da Associação Indígena Kanindé (1998) e da luta por uma educação diferenciada (1999). Poderíamos afirmar que entre os Kanindé, foi uma das primeiras experiências de afirmação da indianidade, pois criado para contar a história do índio na sociedade. (Cacique Sotero). Sobre a formação do seu acervo Alexandre Gomes nos diz:
O acervo começou a ser coletado antes, mas foi principalmente após 1995, os primeiros anos de mobilização étnica, que se foi avolumando com mais rapidez, como vestígio desse processo. Compreendemos a constituição deste acervo como parte do processo de mobilização por reconhecimento. Foram se acumulando objetos representativos das vivências em um presente indígena (participação em atos, reuniões, viagens, materiais de eventos e mobilizações, objetos rituais, adornos corporais, jornais, fotografias etc.) e das investigações documentais que começaram a fazer, das seleções e descartes, das apropriações e invenções, das ações voltadas para a construção de um passado no qual falam dos ancestrais, de suas migrações e territorialização, resistência e sofrimento, perseguições e lutas para manter a posse das terras. (GOMES, 2012, p. 103)
Entretanto, o Museu Kanindé só foi aberto ao público em 1996, após o acirramento da luta pela terra da Gia. Trata-se de um espaço de memória que retrata a história do povo indígena Kanindé através dos seus objetos e da memória indígena local. Foi criado com o objetivo de contar as memórias dos troncos velhos para as novas gerações. Em seu acervo traz objetos representativos do modo de vida do povo Kanindé, de como classificam aquilo que de fato é importante para a sua vivência em comunidade e enquanto coletividade. Os objetos estão individualmente ligados a significados e interpretações que remetem a um passado comum e, sobretudo, de organização étnica.
O Museu Indígena Kanindé funcionou a princípio em um pequeno quartinho ao lado da casa de seu fundador. Cacique Sotero sempre apresentava com muita emoção os objetos guardados dentro daquele pequeno espaço físico, mas de muita importância para os Kanindé. Foi através dele que as principais ações relacionadas a memória e o patrimônio foram sendo desenvolvidas. Foi no antigo espaço do Museu Kanindé que tudo começou: as formações, a limpeza dos objetos, a marcação e as outras atividades relacionadas ao museu e a escola diferenciada.
Museu Indígena Kanindé: fórum de produção de conhecimentos e ancestralidade indígena.
“O museu indígena é um potencial vetor para dar visibilidade as diferenças culturais e terreno fértil para as lutas provindas do processo de construção social da memória. A atuação de sujeitos outrora marginalizados e as potencialidades de reescrita da história tornam o museu indígena um lugar privilegiado no conjunto das lutas provindas da organização dos povos indígenas contemporâneos” (GOMES E VIEIRA NETO, 2009, p 32).
O Museu dos Kanindé foi formado a partir da grande paixão do Cacique Sotero em guardar e colecionar objetos que fizessem referência aos seus antepassados, seus costumes e modos de vida. O processo de formação do acervo se inicia ainda na década de 1990, portanto, concomitantemente ao processo de afirmação étnica dos Kanindé (1995). É anterior a criação da Associação Indígena Kanindé (1998) e da luta por uma educação diferenciada (1999). Poderíamos afirmar que entre os Kanindé, foi uma das primeiras experiências de afirmação da indianidade, pois criado para contar a história do índio na sociedade. (Cacique Sotero). Sobre a formação do seu acervo Alexandre Gomes nos diz:
O acervo começou a ser coletado antes, mas foi principalmente após 1995, os primeiros anos de mobilização étnica, que se foi avolumando com mais rapidez, como vestígio desse processo. Compreendemos a constituição deste acervo como parte do processo de mobilização por reconhecimento. Foram se acumulando objetos representativos das vivências em um presente indígena (participação em atos, reuniões, viagens, materiais de eventos e mobilizações, objetos rituais, adornos corporais, jornais, fotografias etc.) e das investigações documentais que começaram a fazer, das seleções e descartes, das apropriações e invenções, das ações voltadas para a construção de um passado no qual falam dos ancestrais, de suas migrações e territorialização, resistência e sofrimento, perseguições e lutas para manter a posse das terras. (GOMES, 2012, p. 103)
Entretanto, o Museu Kanindé só foi aberto ao público em 1996, após o acirramento da luta pela terra da Gia. Trata-se de um espaço de memória que retrata a história do povo indígena Kanindé através dos seus objetos e da memória indígena local. Foi criado com o objetivo de contar as memórias dos troncos velhos para as novas gerações. Em seu acervo traz objetos representativos do modo de vida do povo Kanindé, de como classificam aquilo que de fato é importante para a sua vivência em comunidade e enquanto coletividade. Os objetos estão individualmente ligados a significados e interpretações que remetem a um passado comum e, sobretudo, de organização étnica.
O Museu Indígena Kanindé funcionou a princípio em um pequeno quartinho ao lado da casa de seu fundador. Cacique Sotero sempre apresentava com muita emoção os objetos guardados dentro daquele pequeno espaço físico, mas de muita importância para os Kanindé. Foi através dele que as principais ações relacionadas a memória e o patrimônio foram sendo desenvolvidas. Foi no antigo espaço do Museu Kanindé que tudo começou: as formações, a limpeza dos objetos, a marcação e as outras atividades relacionadas ao museu e a escola diferenciada.
Informações Suzenalson Kaanindé
Postado por: Victero Bruno
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