Pular para o conteúdo principal

Sob o comando do deputado José Sarto (PDT), a Assembleia Legislativa do Ceará deve passar por mudanças. O debate sobre algumas delas, anunciadas como prioridade desde que assumiu o comando da Casa, em 1º de fevereiro, já está em curso. Ao Diário do Nordeste, o pedetista falou sobre algumas destas pautas e comentou as primeiras duas semanas de trabalhos na Assembleia.

Como está o início da gestão?


É uma expectativa muito grande, porque vivemos um contexto muito peculiar, especial do Brasil. E o Parlamento, hoje, deve ter uma missão para além daquelas constitucionais, (deve) fazer um grande debate do Ceará, do Brasil que a gente quer.

Quais são as primeiras ações do seu mandato? A Casa começou (o ano) com o clima já quente.

As nossas ações são no sentido de fortalecer, eu diria, a discussão, o debate da macropolítica. É uma interlocução maior com a Academia, de forma geral: otimizar os equipamentos que nós já temos, como Universidade do Parlamento, Conselho de Altos Estudos, Inesp (Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará), o Procon, o Escritório Frei Tito, o Comitê de Prevenção a Homicídios na Adolescência, e por aí vai. Tentar trazer todos esses equipamentos para esse debate do Ceará, do Brasil, temas que são importantes e caros a todos nós.

Sobre as mudanças no Regimento, com relação ao voto aberto, o senhor pode explicar como isso vai funcionar?

Na verdade, hoje é imperativo essa discussão. Não estou entrando no mérito da questão da votação aberta, da questão do regramento das casas legislativas. O Regimento Interno é que determina como é que o debate deve proceder nas casas legislativas. Veja o que aconteceu na Câmara Alta do País (na eleição para a Presidência do Senado).

É preciso que nós tenhamos clareza com relação ao regramento do debate. A clareza aponta tanto no sentido de quem apoia um projeto político e de quem discorda desse projeto político. É pacificar o entendimento do Regimento Interno. E é imperativa uma reforma para que a gente estabeleça essas regras e que sejam claras e compreensíveis por todos os parlamentares.

Como o senhor viu o embate entre os deputados na (terceira) sessão (do ano), em que houve, ali, um estremecimento das relações?

É natural. Estamos vivendo um momento, como eu dizia, muito diferenciado no Brasil. Temos aí dois grandes projetos, vamos dizer assim, pelo menos na mídia. Esse começo (é natural), até para que os parlamentares que estão chegando se acostumem com o protocolo, com o Regimento e com as leis. O mundo virtual tem, talvez, não o mesmo regramento que o mundo real. E o mundo real impõe uma conduta, um protocolo que não é o do mundo virtual.

No virtual, você diz o que quer, e o mundo real impõe algumas regras que são para todos. É natural esse começo. Até bom que a gente possa fazer esse debate, entretanto, de uma forma, por vezes, muito incisiva, mas democrático e respeitoso, acima de tudo.

E os custos do Legislativo, como o senhor avalia? A Assembleia custa caro para a sociedade?

A democracia não custa caro. É preciso que nós compreendamos, e isso tem que ser feito o debate mais profundo. É muito melhor uma democracia do que qualquer atalho. Veja que (se) você enfraquecer as instituições, enfraquece a democracia.

A democracia não tem preço. Entretanto, é preciso que fiquemos atentos à qualidade das nossas instituições. Afinal de contas, quem elege o Poder Legislativo, quem elege o Poder Executivo é o povo. E não são os legisladores que estão nesse plantão que vão destruir o Poder Legislativo. É importante que a gente debata a qualidade da democracia. A democracia não tem preço.

DN

Postado por: Victero Bruno

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

História e Cultura - Índios Kanindés de Aratuba festejam dia do índio.

Dia de índio é todo dia  Nesta data tão especial dedico um pouquinho de meu Tempo que resta para descrever o que sinto em ser índios, e em especial ser índio da nação Kanindé localizada no município de Aratuba diz Nilton Kanindé.Ser índio não é fácil, o preconceito nos rodeia a cada passo que damos, mas nunca baixamos a cabeça e jamais negamos nossas raízes que nossos antepassados viveram e sofreram para que nossa historia continuasse viva. Na verdade seria uma grande covardia nos calarmos e deixasse essas vivencias somente na memoria, pois o bom é vivenciar, preservar e repassar para as novas gerações. No imaginário de muita gente o índio é aquele indivíduo que mora na floresta, vive apenas da caça, da pesca e algum tipo de coleta. Mas será mesmo essa a realidade indígena brasileira? No Brasil, somos hoje em torno de 305 etnias indígenas, falantes de 274 línguas indígenas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a população indígen...

História da Comunidade Fernandes - Aldeia Indígena Kanindé de Aratuba.

Historia e cultura em Aratuba. No batente de uma Artesã Creusa e seu Croché. Dona Creuza, foi uma das entrevistadas a reforçarem a fala de que belas peças como a do seu artesanato   tinham sido aprendidas com Dona Albertina, que se tornou, por sua vez,  um verdadeiro mito das terras do povo kanindé de Aratuba e objeto de pesquisa para aquelas e aqueles mais curiosos. Foi com alegria que Dona Creuza nos recepcionou em frente de sua casa ou, como dizem outros, no seu batente, dizendo que “aquilo que soubesse responder responderia”. Assim aconteceu. Sentada num banquinho, enquanto respondia as perguntas da equipe de entrevistadores da turma, ela até parecia uma contadora de histórias, falando de meados dos anos 50, época que seus olhos não presenciaram, mas que é conhecimento adquirido desde os seus familiares Rajado Local de Partida Como ponto de partida, fomos ao Rajado, local no qual os Kanindés de Aratuba realizam o plantio de subsistência. Tivemos como companheiros nessa emp...

ARATUBA APOIA Petição em favor da Universidade Aberta do Brasil

Apoie este Abaixo-Assinado. Assine e divulgue. O seu apoio é muito importante. Petição em favor da Universidade Aberta do Brasil Para: Exma. Presidenta da República; Congresso Nacional do Brasil; Câmara dos Deputados; Senado Federal O Sistema da UAB foi instituído para "o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País", conforme prevê o Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006. Atualmente 170 mil alunos fazem parte do programa que já conta com mais de 120 mil alunos formados. A UAB está presente com polos de apoio presencial em mais de 700 cidades do Brasil. Apesar dos números e dos aspectos positivos hoje a UAB trabalha no limite dos seus recursos o que pode inviabilizar a continuidade do sistema. Diante desse cenário, esta petição pública tem como objetivo coletar assinaturas de alunos, professores, tutores e todos que acreditam na educação superior pública, gr...