Quem conhece Aratuba já nem se surpreende com a sua hospitalidade. Chegar à sede do município com a temperatura próxima a 21 graus nos remete a aconchego, ao cheiro do café, a conversa amistosa. E foi nesse clima que a equipe da Obas foi recebida para dar início aos cursos profissionalizantes do Projeto Juventude e Bem Viver.
A mobilização para o evento foi intensa, pois aproximadamente 90 pessoas entre jovens, representantes da gestão municipal, de sindicatos, de associações, instrutoras e instrutores, de grupos de juventude e da comunidade ocuparam o auditório da EEFM Profª Maria Júlia.
Entusiasmada com o início do projeto, a jovem Chay, que mora na comunidade Tope, comentou sobre a importância de se levar o conhecimento para a juventude. “A gente quer isso: que venham esses cursos pra nos dar oportunidades”. A jovem, que é responsável pelo Grupo Cristo Libertador, se diz muito feliz porque o curso acontecerá na própria comunidade, o que facilita a participação dos jovens.
Para animar o evento, outro jovem que se destacam da comunidade Fernandes. Eles trolserão o grupo Juventude em Foco, que fez uma bela apresentação de dança indígena e convidou as pessoas a participar do torém.
Isabel Fernandes, que esteve representando o gestor do município, Ivan Neto, deu as boas vindas à juventude e aos parceiros. “É preciso fortalecer as ações que possibilitam os jovens a melhorar seus aprendizados”, disse Isabel. A secretária de Assistência Social do município, Koelyne Barbosa, falou sobre “as oportunidades que o projeto traz para a juventude, que contraria a lógica capitalista que diz que o jovem não é capaz e o projeto mostra que o jovem pode, sim”. Somando-se às falas, Joerly Victor - do Sindicato dos Servidores Municipais - salientou que “é importante tirar os jovens da ociosidade e o município tem todo o interesse em projetos que promovem o bem viver da juventude”. Joerly lembrou que há estatísticas em que jovens são assassinados diariamente, mas que a mídia muitas vezes prefere promover a violência que citar ações propositivas para a juventude. As palavras completavam-se positivamente, como foi verbalizado pelo Cacique Sotero, que saudando o Deus Tupã, falou de sua “alegria em participar de um momento com indígenas e não indígenas por um pensamento em comum, que é o bem estar da juventude”. O cacique lembrou sua juventude, onde não era dada nenhuma oportunidade de formação, e hoje se diz “tranquilo porque há o interesse dos jovens em aprender, mas que é importante não esquecer as tradições e a cultura indígena”.
À equipe da Obas restou emocionar-se percebendo o quanto os cursos estavam sendo esperados. Jorge Pinto, coordenador do projeto, ficou bastante entusiasmado com as reflexões, deixando claro o compromisso com a qualificação profissional, mas também com a formação cidadã.
Dando continuidade à apresentação, Larissa Lima apresentou detalhadamente o projeto e como será sua execução, finalizando uma manhã de muita alegria e reconhecimento de que somando as energias as ações reluzem positivamente.