Pular para o conteúdo principal

Mobilização contra cultura do estupro reúne cerca de 200 pessoas.

Ive Rylo
Do G1 AM

Engajamento feminino é vital para a garantia dos direitos, dizem participantes. Ato ocorreu no Largo São Sebastião, no Centro de Manaus.


Grupo se reuniu no Largo São Sebastião, na tarde deste sábado (4) (Foto: Ive Rylo / G1 AM)Grupo se reuniu no Largo São Sebastião, na tarde deste sábado (4) (Foto: Ive Rylo / G1 AM)

Ela tinha 10 anos de idade quando a caminho da escola, foi cruelmente violentada por um homem. A dolorosa lembrança da agressão sofrida há mais de uma década, foi compartilhada pela doula Gabriela Repolho, 25 anos, com outras mulheres vítimas de estupro durante a manifestação “Por todas elas: Manaus Pelo fim da Cultura do Estupro”. A mobilização que atraiu cerca de 200 participantes, foi realizada na tarde deste sábado (4), no Largo São Sebastião, Centro de Manaus.
O relato da violência sofrida por Gabriela comoveu os participantes. “Após passar por tudo aquilo, passei a odiar meus seios e o meu corpo, a tal ponto que não consegui amamentar os meus dois filhos. Eu repulsava qualquer toque”, revelou fortemente emocionada.
Ela lembra que após a violência, foi para a escola e depois para a  casa e ninguém nunca percebeu nada. O rendimento escolar da menina caiu e nunca, nenhum familiar ou amigo quis entender o motivo. “Achavam que era preguiça minha, desinteresse em estudar. Meus pais nunca entenderam porque eu pedia para não ir mais para aula. Levei 15 anos para contar esta história para alguém. A gente se sente culpada, envergonhada, mas a culpa não é nossa. As mulheres precisam se unir e denunciar. A cultura do estupro tem que acabar”, argumentou.


Estudante Lorrine  Almeida, 25, apoiou a mobilização (Foto: Ive Rylo / G1 AM)
Estudante Lorrine Almeida, 25, apoiou a mobilização
(Foto: Ive Rylo / G1 AM)
Após o relato de Gabriela, uma a uma, as mulheres tomaram o microfone para denunciar abusos sofridos.
“O dado é que a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada. E, a cada 15 segundos, uma mulher é violentada. Nós precisamos fazer rapidamente a conscientização das mulheres. Qual papel que elas cumprem dentro da sociedade. Um papel de luta e de combatividade  perante uma sociedade que não tem nada a lhe propiciar que, inclusive tem seu enraizamento no machismo, na opressão dela”, afirmou a estudante Lorrine  Almeida, 25 anos.

Grupo pediu o fim da violência contra a mulher (Foto: Ive Rylo / G1 AM)Grupo pediu o fim da violência contra a mulher (Foto: Ive Rylo / G1 AM)

Além de repudiar o estupro e o machismo, as participantes chamaram atenção para como os direitos das mulheres têm sido tratados na política.

“Estão nos bombardeado por várias leis que estão impedindo a nossa autonomia como mulheres, como mães, seres humanos, colocando uma bancada evangélica e pessoas ultra conservadoras para tomar decisões por nós”, disse a estudante Manuela Marinho, 21, que compõe o Movimento de Mulheres Olga Benário.

Participantes produziram cartazes com frases em favor do respeito as mulheres (Foto: Ive Rylo / G1 AM)Participantes produziram cartazes com frases em favor do respeito as mulheres (Foto: Ive Rylo / G1 AM

Ela lembrou o projeto de Lei 5069, de autoria do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB). O projeto tipifica como crime contra a vida o anúncio de meio abortivo e prevê penas específicas para quem induz a gestante à prática de aborto.
“O PL 5069 que restringe o atendimento às vítimas de estupro e não dá possibilidade da mulher tomar pílula do dia seguinte, possibilitando uma possível gravidez fruto de um estupro. Essa é uma oportunidade de falar e chamar as mulheres em geral para lutar contra o retrocesso”, disse.

Grupo denunciou a violência contra a mulher (Foto: Ive Rylo / G1 AM)Grupo denunciou a violência contra a mulher (Foto: Ive Rylo / G1 AM)

As participantes também discutiram sobre o projeto de lei 389 que tramita na Câmara Municipal de Manaus (CMM). O Pl proíbe na grade curricular das escolas municipais de Manaus, as atividades pedagógicas, que visem a reprodução do conceito de ideologia de gênero.
Além dos relatos de violência, foram realizadas rodas de conversas sobre os direitos das mulheres, apresentações culturais, com teatro, performances e apresentação do Maracatu Pedra Encantada.

A mobilização foi organizada pelo coletivo feminista Caboca Raiz, Coletivo feminista Baré, o Roda de Mães Baré e o Movimento de Mulheres Olga Benário.

Mulheres posicionam-se contra a 'cultura do estupro' e a favor dos direitos e garantias já conquistados (Foto: Ive Rylo / G1 AM)Mulheres posicionam-se contra a cultura do estupro e a favor dos direitos e garantias já conquistados (Foto: Ive Rylo / G1 AM)


Postado por: Victero Bruno

Postagens mais visitadas deste blog

Padre Moacir Cordeiro Leite é um incentivador dos cuidados com o meio ambiente em Aratuba

Em suas redes sociais Germano da Silva Em continuidade as comemorações dos 50 anos da Sociedade Hospitalar Pe. Dionísio, tive a honra de junto com meu filho plantar dois Ipês na entrada da cidade em meu nome e de meu Pai. Hospital, nunca quero precisar mas se for preciso quero que ele esteja lá. Quem é Padre Moacir? A trajetória religiosa do padre Moacir não é das mais comuns na igreja. Entrou já adulto no seminário, chegou a ser expulso por um tempo em virtude de suas ideias questionadoras e acabou sendo responsável por um movimento de trabalhadores rurais em Aratuba, que lhe rendeu a alcunha de padre problema. A luta, que gerou a desapropriação de três fazendas na época da ditadura, rendeu ainda a discórdia e ameaças de vida. Veja Um bate papo bem legal do Jornal OPOVO com Moacir! O POVO - Padre, o que o senhor está fazendo hoje? Moacir Cordeiro Leite - Eu vou começar do começo, certo. Depois eu lhe digo. Eu sempre fui ligado ao campo, Maranguape, Papara, distrito de Maranguape. Sem

Tania Melo é a nova presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Aratuba

A sindicalista trabalha no sindicato desde 2004 prestando serviço para os Agricultores de Aratuba, já foi membro nas últimas composições de chapa como secretaria geral e era um grande aliada da ex presidente Jaqueline Simão. Tania é Indígena do Povo Kanindé e líder Comunitária      Ela construiu uma carreira voltada aos cuidados com os agricultores e também liderou diversas ações sociais em sua comunidade, junto a outros membros da comunidade Indígena ela auxilia nos cuidados com a igreja e existencialismo aos mais necessitados.       Uma mulher de garra luta desde bem nova junto ao seu pai por direitos igualitários através de movimentos Sociais, n o sindicato Tania garante lutar por direitos mais justos e da continuidade ao trabalho da ex companheira Jaqueline.      J á no início de seu mandato diversas benefícios  estão sendo proporcionados através  de parcerias com o inss e associações  do Município.  Em sua rede social o sindicato divulgou um relato sobre uma grande Conquista.   

Vídeo - Corpo de bombeiro resgata vaca de dentro de cacimbão em Aratuba.

   O episodio presenciado por moradores da localidade de Fernandes, e que atraiu muitos curiosos durante a manhã de sexta feira, corresponde ao acidente sofrido por uma vaca de propriedade de um morador da comunidade citada, relatos contam que o animal após envolver-se em uma "briga" com outro animal veio á cair dentro de um cacimbão já desativado à algum tempo.    Por esse fato o mesmo se encontrava com um baixo volume de água, o que evitou um possível afogamento da vaca, devido as circunstancias foi necessário contatar o corpo de bombeiros da cidade de Guaramiranga, que efetuaram o resgate do animal, com o auxilio de vários moradores que se puseram a ajudar, e assim foi possível o resgate da vaca com vida sem maiores prejuízos, fazendo assim um final feliz para esta historia.   Assista o vídeo. Postado por: Victero Bruno Colaboração: Josuéldo Souza