A bebida não-alcoolica tem ganhado espaço como alternativa para quem não pode beber.
Oferecer uma cerveja sem álcool há alguns anos era quase uma ofensa para quem gosta da bebida. Apesar de serem feitas com os mesmos ingredientes de uma boa gelada, os exemplares que começaram a chegar ao Brasil na década de 1990 tinham um sabor bastante diferente, com dulçor em destaque e muito aroma de grãos. Mas hoje, apesar do mercado ainda ser pequeno, já é possível encontrar rótulos muito próximos às demais.
As cervejas sem álcool podem ser produzidas de diferentes formas, cada uma conferindo a bebida características distintas. O método mais antigo é o da fermentação interrompida. Nele, o mosto é feito de forma menos concentrada do que o normal. E logo que a fermentação inicia ela é encerrada. Esse pequeno tempo de atividade das leveduras é suficiente para garantir um pouco de carbonatação e a deixa com um teor abaixo do 1% de álcool.
Essa cerveja terá um dulçor bem presente, já que muitos dos seus açucares não foram consumidos pelas leveduras, além de forte presença de aromas de grãos. De fato, ela tem um gosto bem diferente da cerveja com álcool da mesma marca.
Outro método que tem se tornado popular é o da destilação a vácuo do álcool. Esse, sim, deixa a cerveja sem álcool com gosto praticamente igual à com álcool da mesma marca. Nesse método, a cerveja passa por todo o processo normal de produção, inclusive pela fermentação. O álcool é retirado depois, por isso o gosto original quase não sofre alteração. “Você evapora o álcool a baixas temperaturas”, explica o mestre cervejeiro e sommelier de cervejas Alfredo Ferreira. Dessa forma, se consegue as bebidas conhecidas como 0,0%, que não possuem graduação alcoólica alguma. “Isso tem sido bastante difundido porque, apesar da legislação permitir (abaixo de 0,5% de ABV), há uma pressão do mercado para que tenham 0 álcool”, comenta.
Por que beber sem álcool
Há diversos motivos para se beber cervejas sem álcool, como ter que dirigir ou por motivos de saúde. Mas, além disso, essas bebidas também são ricas em nutrientes. “Essas cervejas têm um conteúdo nutricional muito interessante, são isotônicas, têm uma quantidade de açúcar relativamente baixa, têm vitaminas do complexo B, ácido fólico. São muito ricas”, comenta Alfredo. Em alguns casos, elas são usadas até por atletas após competições que exigem muito esforço, no lugar de bebidas isotônicas.
Estilos diversos
Outro problema que a cerveja sem álcool enfrentava no passado eram as poucas opções. Eram, basicamente, genéricas das Pilsen e American Light Lagers. Hoje, as cervejarias têm diversificado seu portfólio e é possível encontrar Weiss, India Pale Ales, German Pilsners e Fruit Beers. Na Alemanha, as Weizenbiers não-alcoólicas se tornaram sucesso. “A Weizenbier pegou muito bem na Alemanha, pois gera bastante sabor”, conta Alfredo.
Como é no Brasil?
O Brasil ainda não é um grande consumidor de cervejas sem álcool, apesar do segmento apresentar crescimento. De acordo com dados do anuário 2015 da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), a venda desse tipo de bebida cresceu 5% nos últimos cinco anos, enquanto no mesmo período outros tipos aumentaram 3%. Mesmo assim, atualmente as não-alcoólicas ocupam apenas 1% do mercado. Para fazer uma comparação, na Espanha elas são quase 20% das vendas. Vale lembrar que a legislação brasileira considera cerveja sem álcool a bebida que tem abaixo de 0,5% de teor alcoólico.
Fonte - G1
Postado por: Victero Bruno