A aratubense Marcela Alves é notícia na mídia nacional.
Aos 24 anos, jovem cearense já fez pesquisas para Nasa e luta pela inclusão das mulheres na Ciência.
O nome é Marcela Alves, de 24 anos. A jovem, natural de Aratuba, na Serra de Baturité, no Ceará, já nascera próxima às estrelas do céu e com uma curiosidade: entendê-las. Em sua trajetória, Marcela fez pesquisas financiadas pela Nasa, na Arizona State University, e ganhou um concurso da ONU, além de ter conquistado um prêmio de menção honrosa numa competição mundial da Google ao criar, junto à equipe da Empowerit, uma plataforma para ajudar mulheres empreendedoras.
Seu primeiro contato com a ciência foi desde muito cedo, quando começou a estudar matemática na escola e ler sobre a vida dos cientistas. A curiosidade da jovem também surgiu com as estrelas que conseguia ver do céu de Aratuba. “Para fugir um pouco dos problemas que minha família enfrentava por causa das dificuldades, gostava de ficar olhando para o céu. O céu de Aratuba é muito bonito. Desde criança eu queria entender aquele céu”, conta Marcela, que tinha cinco irmãos, uma mãe dona de casa e um pai agricultor.
Durante a infância e adolescência em Aratuba, a jovem foi medalhista nas olimpíadas de astronomia e matemática, o que trouxe a ela, em 2005, a chance de participar de um curso de verão no Departamento de pós Graduação em Matemática da Universidade Federal do Ceará. “Desde a minha adolescência, eu trabalhei em projetos como ‘Clube da Árvore’, que incentivava as escolas brasileiras a preservarem o meio ambiente; ‘Projeto Amigos da Leitura”, ideia de incentivo à leitura; grupos de teatro; grupo de percussão e grêmio estudantil”, pontua Marcela. Ela residiu em Aratuba até ganhar uma bolsa integral do ProUni e se mudar para Fortaleza.
Pesquisa científica auxiliou estudante a superar desafios
Durante a faculdade, Marcela participou de dois projetos de iniciação científica. “Fui estagiária de desenvolvimento de software no Microsoft Innovation Center Fortaleza e no Instituto Atlântico“, revela. Em 2013, sua história começou a ganhar destaque.
O período de seu intercâmbio nos Estados Unidos, por meio do programa “Ciências Sem Fronteiras”, foi proveitoso para a estudante. Lá, ela ajudou a fundar o Brazilian Club por causa das dificuldades com a língua inglesa. “Brazilian Club era um clube universitário registrado para ajudar os brasileiros que estavam indo para a Arizona State University com informações e dicas para ajudar os alunos a encontrar estágio, promover eventos de divulgação na nossa cultura e divulgação das pesquisas que são desenvolvidas por brasileiros dentro da ASU”, explica Marcela, formada em Ciências da Computação pela Faculdade Farias Brito.
Foto: Arquivo pessoal
A carreira da jovem cientista tava apenas começando. Marcela participou de um projeto de pesquisa patrocinado pela Nasa, na Universidade do Arizona, chamado “Cosmology and Astrophysics Research with the Hubble Space Telescope“, em que a comunidade acadêmica estuda as dados coletados pelo telescópio Hubble.
Em seguida, a estudante começou a participar de um grupo de estudos em Cosmologia e Astrofísica e estudou processamento de imagens. Ao apresentar um projeto ao Wolfram Science, os pesquisadores acharam interessante e a estudante foi selecionada para a Escola de Verão da Universidade de Bentley, em Massachusetts, se tornando a primeira mulher brasileira na história aceita para o curso de verão do instituto de ciência.
A mulher cientista ainda se encontra em menor número em relação aos homens, mas a jovem acredita que isso pode mudar. “Eu quero deixar a mensagem de que sim, nós podemos ser o que quisermos. Passei por situações muito tristes até mesmo dentro da minha família. Tem sido uma luta sofrida. Quero que as minhas amigas saibam que elas não estão sozinhas, muito anjos aparecem pelo caminho e nos ajudam a chegar nos nossos objetivos. As mulheres fizeram coisas maravilhosas para a Ciência e vão continuar fazendo”, conclui.
Atualmente, Marcela Alves é participante do projeto “Youth and Trade” da Organização das Nações Unidas (ONU), que visa contribuir para a emancipação econômica em países menos desenvolvidos e é desenvolvedora de software no Instituto de Projetos e Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (IEPRO), onde trabalha com um aplicativo móvel de educação à distância para pessoas com necessidades especiais num projeto financiado pela empresa Dell.
Fonte: Verdinha.Com
Postado por: Victero Bruno