Um grupo de três pessoas armadas invadiu o velório e ateou fogo no corpo de Marcos Alessandro Acelino da Silva, o "Praiano", de 15 anos, morto durante suposto tiroteio com a Polícia Militar no município de Redenção, a 55 km de distância de Fortaleza, na madrugada da última sexta-feira (27). O Diário do Nordeste teve acesso a um vídeo que mostra a ação na íntegra, mas pelo teor das imagens, elas não serão divulgadas.
As imagens mostram os momentos antes da ação, quando os suspeitos, encapuzados, andavam pela rua até chegar ao local do velório. Segundos antes da invasão, são ouvidos três estampidos. Eles entram no local e as pessoas presentes se afastam rapidamente. Um deles coloca algum tipo de material inflamável sobre o corpo, que estava dentro do caixão, e ateia fogo em seguida. Após o episódio, segundo o capitão PM Edvaldo Ferreira, a família prosseguiu com o sepultamento do corpo. De acordo com o capitão, a família de Marcos Alessandro não acionou a Polícia Militar, que soube do ocorrido através de populares na manhã de sábado (28). O oficial afirmou que uma viatura foi enviada ao local, mas que a mãe do adolescente, apesar de ter reconhecido os suspeitos, preferiu não realizar denúncia formal. "Segundo ela, era gente de lá mesmo, de uma quadrilha rival", explica.
O titular da Delegacia Regional de Baturité, Ricardo Sales, explica que as investigações da Polícia Civil, assim como dito por Ferreira, apontam para a ação de um grupo rival. "Provavelmente o que aconteceu foi uma retaliação, motivada pela briga pelo tráfico local", diz.
Histórico e tiroteio
Marcos Alessandro já respondia a dois procedimentos por três mortes, ocorridas neste ano no Distrito de Antônio Diogo, em Redenção. Ele também era suspeito de ter efetuado disparos contra a fachada do Destacamento da Polícia Militar local há cerca de duas semanas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Ele morreu em um tiroteio com a Polícia que deixou cinco pessoas mortas dentro de uma casa situada na Serra dos Ventos, a cerca de 3km da sede do Distrito de Antônio Diogo. De acordo com o capitão Ferreira, a Polícia agiu após receber denúncia de que na Serra havia um grupo com vasto material criminoso, como drogas e armas.
Conforme familiares de algumas das vítimas, a maioria dos ferimentos a bala que elas apresentavam era na cabeça. "Aqui não teve tiroteio, não vejo marcas de balas nas paredes em lugar nenhum, só no chão", desabafou um parente, que pediu para não ser identificado.
Fotos dos cinco corpos dentro da casa foram divulgadas em redes sociais, mas os cadáveres foram removidos do local com o auxílio de animais de carga, conforme os moradores, e levados ao hospital da cidade pelos policiais envolvidos na operação, sem a presença da Perícia Forense.
Postado por: Victero Bruno
Comentários
Postar um comentário