Após sete meses de salários atrasados, trabalhadores da saúde de Aratuba decidem cruzar os braços
A decisão foi tomada no sábado, 03/10, durante assembleia com a presença de dirigentes regionais do Sindsaúde, além do assessor jurídico, Vianey Martins. A greve começa nesta quinta-feira, 08/10
O último pagamento dos empregados do Hospital Padre Dionísio, em Aratuba, foi feito em março deste ano. De lá pra cá, de acordo com gestores do hospital, a unidade de saúde não tem recebido os repasses da prefeitura. Cansados de esperar uma solução, os empregados decidiram em assembleia com o Sindsaúde no último sábado, 03/10, entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 08/10.
O hospital Padre Dionísio é a única unidade de saúde que presta serviços durante 24 horas aos 12 mil habitantes de Aratuba. Entidade filantrópica com mais de 40 anos de existência, este hospital passa por uma crise financeira sem precedentes. Tudo porque a Prefeitura de Aratuba estaria se apropriando indevidamente dos recursos do SUS, que deveriam ser repassados ao hospital. Quem afirma isso é a direção do hospital, há bem pouco tempo comandado pela mãe do prefeito Ivan Neto.
Mas quem sofre com a má gestão do dinheiro público são os empregados do hospital e a população que depende do SUS. Os trabalhadores denunciam ainda que o INSS dos empregados é, religiosamente, descontado do salário, mas o hospital não recolhe esta contribuição. A assessoria jurídica do Sindsaúde adverte que esta conduta constitui crime de apropriação indébita e que os criminosos serão denunciados à justiça. Também não existe recolhimento de FGTS e vários empregados trabalham há anos sem carteira assinada.
Com o péssimo funcionamento do hospital, que só conta com médico no final de semana, a população é deslocada para Aracoiaba ou Fortaleza, aumentando os custos do sistema e trazendo mais sofrimentos à população.
O Sindsaúde já apresentou denúncia à Promotoria de Justiça e está providenciando denúncias junto à Controladoria Geral da União e ao Ministério Público Federal. O sindicato prepara ainda várias ações judiciais contra a gestão do hospital e contra os gestores municipais, sobretudo para garantir os direitos dos empregados e também para que sejam apurados os crimes de apropriação indébita.
Com informações da Assessoria de Comunicação do Sindsaúde - Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Ceará