Prepare o seu bolso! Um novo aumento de preços vem aí no mês que vem. Chegou a vez de pagar mais pelo botijão do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. O Diário Gaúcho entrou em contato com dez revendedoras da Capital, nesta semana, e sete delas confirmaram que as distribuidoras já avisaram que haverá subida de preços em setembro: falam num percentual de 8% a 10%, bem pertinho da inflação dos últimos 12 meses que, conforme o IPCA/IBGE, é de 9,56%.
O preço médio do botijão de 13kg no Rio Grande do Sul é R$ 44,97, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Conforme a Lei 9.990/2000, não há tabelamento de preços do gás nem fixação de valores mínimos ou máximos. Nos postos consultados pela reportagem na Capital, os preços variam entre R$ 45 e R$ 54,50 (sem a entrega).
A previsão é de que o aumento chegue ao consumidor a partir do início do mês que vem, quando as cinco distribuidoras que atuam no Estado devem começar a cobrar mais pelo produto.
– Quando terminar o estoque que já tenho, vou repassar o aumento, que deve ficar em torno de R$ 3 a R$ 5 – explica Ademir Da Fre, responsável pelo Posto de Gás Santa Rita, no Bairro Espírito Santo, na Capital.
Salários
Conforme o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, Alexandre Borjaili, algumas distribuidoras já anunciaram um aumento de aproximadamente
9% em todo o país. O motivo é o aumento salarial dos trabalhadores da indústria do gás – a convenção coletiva da categoria acontece no mês que vem.
– A SuperGasbras, que é a nossa fornecedora de gás, informou que há previsão de aumento em setembro de 8,89%. Alegam custos operacionais – conta Carlos Roberto Pfeiffer, um dos donos da revendedora Gás Central, no Bairro Camaquã.
Sem comentários
A reportagem entrou em contato com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), que representa as distribuidoras e não comenta aumento de preços. As distribuidoras que atuam no Rio Grande do Sul são Nacional Gás Butano, Ultragaz, SuperGasbras, Liquigás e Copagaz.
A Nacional confirmou aumento para setembro, mas não disse o percentual. A Ultragaz ainda não definiu o valor do reajuste. A SuperGasbras pediu para contatar o Sindigás, que, por sua vez, já tinha dito que não fala sobre os preços. A Copagaz não respondeu até o fechamento desta edição, e a Liquigás respondeu que “não tinha posicionamento” sobre o assunto.
Lucro vai diminuir
Há cinco meses vendendo marmitas, Raquel Silva, 24 anos, moradora do Bairro Nonoai, na Capital, já calcula os prejuízos que terá com o aumento do preço do gás de cozinha. Como recém aumentou o preço do prato em R$ 1 devido às altas dos preços da cebola e da carne bovina, terá que absorver este novo reajuste e diminuir sua margem de lucro:
– Não temos como aumentar mais porque os clientes reclamam.
A pressão nos valores é tanta que ela garante que é mais fácil manter o gostinho caseiro da marmita do que equilibrar o efeito cascata dos reajustes.
Por semana, Raquel utiliza dois botijões de 13kg e sempre tem um de reserva.
Antes de definir qual será a melhor alternativa para se defender do aumento, ela já tenta reduzir o uso do gás. Comprou uma fritadeira e tem evitado descongelar carnes no fogão.
– Colocamos na panela em temperatura ambiente e damos preferência às carnes fresquinhas, que nem precisa congelar – ensina.
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