Desde 13 de julho de 1990 comemora-se no Brasil a aprovação do Estatuto da criança e do adolescente e desde esta data, são consideradas crianças as pessoas até os doze anos de vida e adolescentes são aquelas que estiverem entre os doze e dezoito anos, ou em casos excepcionais, algumas pessoas até os vinte e um anos de vida.
Além de garantias de vida, sustentação, saúde, educação e moradia, essa lei preserva o direito a liberdade. Mas observando o “andar da carruagem” em que a humanidade avança, a aplicação dessa lei pode parecer pouco eficaz, lenta e injusta, se mantivermos nosso olhar voltado somente às questões físicas e materiais da vida terrena.
A visão espírita nos proporciona um novo olhar. Em outras palavras, tudo está sendo conduzido pelas mãos divinas para que o nosso planeta acelere sua transformação de mundo de provas e expiações; para um mundo de regeneração. A riqueza desta certeza é que a humanidade sempre avançou desta forma.
Jesus em seu triunfal encarne marcou o início de uma nova era, onde o planeta saía de sua situação de mundo primitivo para um planeta escola, aonde os espíritos viriam vivenciar suas provas e expiações.
Ele veio fazer valer as antigas leis divinas, que equivocadamente interpretadas por humanos ainda não capazes de amar ao próximo como a si mesmos e nem ver no próximo um irmão do mesmo Pai, o crucificaram por medo de perder o poder.
Da mesma forma que os discípulos que propagaram a nova lei do Amor vivida e ensinada pelo Mestre Nazareno, não se beneficiaram dela fisicamente, No Brasil não seria diferente, pois toda lei necessita de certo prazo para ser assimilada pelos homens.
Vinte e três anos de poucas modificações ou do não cumprimento do estatuto na íntegra é um tempo aceitável, se considerarmos que há menos de dois mil anos atrás, o povo aplaudia o circo bizarro das arenas quando eram jogadas crianças, mulheres e idosos aos leões, revelando assim o nosso primitivismo.
Se o nosso país abrigará espíritos comprometidos com a transformação do planeta, precisamos acreditar que no tempo certo os nossos governantes estarão de tal forma esclarecidos que tudo contribuirá para que de fato o Brasil seja o local onde todos os encarnes sejam abençoados. A evolução não dá saltos; Tudo é estabelecido lentamente, mas de forma progressiva. Por isso, devemos concentrar nossos esforços para assegurar dias melhores para as gerações futuras.
Um mundo regenerado irá requerer além de espíritos que permitam o encarne de novos seres, também de espíritos aptos e dedicados nas áreas da educação, da saúde, da justiça, da arte e da fé (acreditamos que todo esse processo já está em andamento). Por isso somos esperançosos e também atentos e focados na necessidade da evangelização de crianças e adolescentes.
O conhecimento da lei da reencarnação e de sua absoluta necessidade nos permite compreender que o homem é um ser perfectível, carregando em si o germe de seu aperfeiçoamento que está sempre ligado ao bem estar de si mesmo e do mundo a sua volta.
Kardec recebeu do mundo espiritual informações mais do que precisas em resposta às perguntas que ele fez em torno da necessidade da fase infantil do ser humano (Livro dos Espíritos – Pergunta 344). Podemos concluir que é no período da infância e da adolescência que o espírito reencarnante é mais acessível às impressões que recebe do exterior, que por sua vez podem auxiliá-lo no seu adiantamento cultural e espiritual.
Toda criança é um espírito eterno que traz consigo no renascimento uma bagagem de experiências milenares com o objetivo de evoluir, desenvolver potencialidade, compreender-se a si mesmo e ao mundo a sua volta, corrigir os erros cometidos em vidas pregressas, além de superar os próprios defeitos.
Essas informações estão em poder dos homens há mais de cento e cinquenta anos e só agora parecem criar inquietações em nossas vidas. É exatamente o tempo de maturação do ideal divino para avançarmos por amor. Por isso, façamos a diferença no encarne dos espíritos a nossa volta, na vida dos nossos filhos, netos, sobrinhos, alunos e das crianças da nossa rua para que eles sejam adultos de bem.
Não sejamos tão infelizes como os que apontam o que os outros não cumprem e se esquecem de que o fato dos outros não cumprirem suas obrigações civis e morais não nos isenta do cumprimento.
A importância da aprovação desta lei se compara a importância de outras que demonstram que a humanidade caminha para a instalação do amor fraterno reinante na terra.
Renascendo ou não neste mundo, todos nós veremos o amor vencer.
Bençãos.a
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